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Blog de portfólio do jornalista Franco Serrano

08 abril, 2014

Mapa estratégico aponta vertentes para maior competitividade da indústria brasileira

[PORTFÓLIO] Publicado originalmente em: http://www.simi.org.br/biblioteca/exibir/6680

Em um esforço de mais de 500 representantes empresariais, foi elaborada uma agenda, em comparação a outras potências mundiais, que deverá servir como pauta para as políticas de imposição do mercado brasileiro frente ao exterior. O Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 é um comparativo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Este relatório tem como objetivo apontar o caminho a se deve percorrer na próxima década para aumentar os níveis de produtividade e eficiência, afim de alcançar um elevado grau de competitividade, respeitando os critérios de sustentabilidade, usando 2022, o ano do bicentenário da independência, como meta.

Não é segredo para ninguém que muitas nações intensificaram investimentos em P&D nos últimos anos, para criar estoque de conhecimento, fomentando e proliferando os ambientes de inovação, gerando contribuições para sustentabilidade econômica, política e institucional das organizações.



O momento é favorável para que o país alcance as grandes potências, desde que seja feita uma adequação do sistema educacional, com atenção especial para a ciência e tecnologia. Dessa forma, a inovação passa a ter papel chave neste processo. Um exemplo de alavancagem pode ser visto na China. Em 2004, o país possuía 107 centros independentes de P&D em multinacionais, em 2010 já eram 1.000.

Competitividade entre os concorrentes

A atenção crescente conferida ao tema competitividade, acentuada pelo avanço do processo da globalização, tem induzido a multiplicação de estudos e pesquisas que procuram identificar os determinantes da competitividade das empresas de um país. Esse esforço vem gerando a publicação periódica de relatórios que comparam a competitividade dos países a partir dessa perspectiva.

Como é o caso de outro levantamento da CNI, em que o Brasil aparece como 14º colocado, entre 15 avaliados. Este estudo é o Competitividade Brasil 2013, que expõe a fragilidade da indústria brasileira frente aos concorrentes imediatos. Foram avaliados, além do Brasil, África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Índia, México, Polônia, Rússia e Turquia. Esta é a terceira edição do estudo, que foi publicado nos anos de 2010 e 2012. O estudo foi divulgado durante a oitava edição do Encontro Nacional da Indústria (ENAI).

Em comparação ao estudo divulgado em 2012, as melhorias aconteceram nos quesitos 'disponibilidade e custo de capital' e 'ambiente macroeconômico' devido à redução da taxa de juros e a desvalorização cambial, respectivamente.

Os dois indicadores mostram que é o momento certo para avançar o setor industrial rumo às potências super desenvolvidas e a agenda mostra como isso deve ser feito. Em entrevista publicada no Portal da Indústria, o diretor de Políticas e Estratégias da CNI, José Augusto Fernandes afirma que "É fundamental que o Brasil disponha de um sistema estruturado de metas e objetivos com monitoramento e acompanhamento dos resultados".

Segundo o Portal da Indústria, o Mapa Estratégico servirá de base para as sugestões que o setor deve apresentar aos candidatos à Presidência da República para próximo pleito. Para o Presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, "A resposta para muitos dos problemas identificados no estudo está no Mapa Estratégico. Ele define as ações necessárias para fazer o Brasil crescer mais e melhor e se tornar cada vez mais competitivo".

A pesquisa

No estudo Competitividade Brasil 2013, o país é colocado lado a lado a outros potenciais concorrentes no mercado internacional devido às suas características econômico-sociais e/ou da natureza de sua participação no mercado. São levados em conta quatro fatores diretos (Disponibilidade e custo de mão de obra; Disponibilidade e custo de capital; Infraestrutura e logística e Carga tributária) além de outros quatro considerados indiretos (Ambiente macroeconômico; Ambiente microeconômico; Nível educacional da população; Tecnologia e inovação). Esses fatores se desdobram em 16 subfatores, aos quais foram associadas 51 variáveis. O ponto de partida para a avaliação da competitividade das empresas brasileiras é o valor assumido por essas 51 variáveis no Brasil e em outros 14 países, já contando com a inclusão da Turquia, que é novata neste levantamento. Por fim, estima-se a capacidade de igualar ou superar seus concorrentes na preferência dos consumidores.

Minas Gerais

Tecnologia e inovação é um ponto de destaque no relatório, ficando com a 8ª colocação, e Minas Gerais aposta no setor para que não só o estado, mas também o país possam mostrar melhores números nos eventuais levantamentos. Estes e outros fatores fazem de Minas um estado fundamental para a evolução do país. O estado tem total condição de ser um indutor de desenvolvimento para o país, desde que a infraestrutura e a educação sejam tratadas como prioridade. Contudo, alguns itens do relatório são tratados apenas em âmbito nacional, como disponibilidade e custo de capital, peso dos tributos e ambientes macro e microeconômicos.

Apesar de os avanços do estado não refletirem consideravelmente numa futura evolução nos quesitos referentes ao país, outros setores podem ajudar pontualmente nesta evolução. É o que afirma o economista da Fiemg, Paulo Casaca, Minas é considerado um estado muito estratégico para que o Brasil possa se desenvolver e atingir melhores níveis de competitividade. O fator de infraestrutura e logística, por exemplo, tem aqui um dos mais importantes estados para sua evolução. “O estado tem uma localização estratégica tanto para rotas rodoviárias quanto ferroviárias. Algumas das principais vias destes dois modais passam por Minas Gerais. Quase 12% da estrutura industrial do país está situada aqui, além de termos a segunda maior população do país, o que nos caracteriza como um grande mercado consumidor” conclui.

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