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Blog de portfólio do jornalista Franco Serrano

10 maio, 2011

Vôlei Futuro: Preconceito, humilhação, hipocrisia e Michael


Obviamente é mais fácil falar do que viver a situação. Há alguns dias, mais precisamente um mês, esse bichinho da polêmica tem me instigado a falar sobre esse assunto, tenho medo de ser radical demais. De fato, a hipocrisia das pessoas, ultimamente, têm me provocado uma certa revolta e isso ficou explícito pra mim no caso Michael, do Volêi Futuro.

Nesse texto pretendo abordar um pouco sobre o que está enraizado na cultura do brasileiro, dos fatos que se sucederam e de como a mídia tratou o caso.

O fanatismo pelo esporte está presente na vida do brasileiro desde que o mundo é mundo, sendo que o futebol, futsal e vôlei são os mais populares em número de adeptos. Daí a se ter uma noção do número de pessoas que estão envolvidas e que de uma maneira ou de outra, acabam transformando o torcedor numa ‘massa de manobra’. Traduzindo, torcer apaixonadamente é um fato que está incutido no brasileiro e se tornou parte da nossa cultura acompanhar eventos de grande porte e torcer pelos atletas ou equipes favoritas.

O que realmente houve? Uma briga de diretorias. Sada Cruzeiro e Volêi Futuro de Araçatuba, protagonizaram um show de horrores trocando notas oficiais ofensivas. A partir daí, a torcida do Cruzeiro, começou a usar uma tática velha das torcidas, chamar o jogador mais afeminado do time adversário de gay. O que ocorreu é que, não sei se por uma estratégia traçada e arquitetada pela diretoria do Vôlei Futuro, ou se foi a “gota que o fez sair do armário”, Michael resolveu assumir a homossexualidade um dia após o primeiro jogo das semi-finais, prato cheio para a diretoria do VF tentar coibir de alguma maneira o seu adversário, o Sada.

Na semana seguinte, o VF entrou com uma ação contra o Sada no STJD e armou um verdadeiro “circo” diante do ocorrido. Bandeiras do Arco-íris, sticks cor-de-rosa, com o nome do jogador, um novo slogan: “O Volêi Futuro é contra o preconceito!”... Tá bom. Pára né? Se eu fosse o rapaz que se assumiu, jamais teria permitido um “circo” desse com a minha cara, o que reforça a minha teoria de estratégia da diretoria do VF.

Eu duvido, que não houvesse um homossexual na torcida do Cruzeiro aquele dia, e que ele também não estivesse gritando.

Eu duvido, que não houvesse um torcedor do VF, que não gosta de gays, batendo os sticks rosas com o nome Michael, em Araçatuba.

A atitude de expor o jogador Michael desse jeito, ao meu ver, é quase que desumana, preconceituosa, repugnante. Isso é muito mais do que hipocrisia, é falta de senso de ridículo - é patético. Se a diretoria do VF fosse “Sem preconceito” como eles dizem, eles conduziriam o caso de uma forma discreta, sociável e tentariam acalmar a situação de forma que o que aconteceu não baixasse o rendimento da equipe. Isso se chama profissionalismo. A diretoria colaborou com 50% da eliminação de sua equipe. Era só tratar o caso como um caso normal, como os gays pedem: Direitos iguais.


Sem mais.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amacia ovos com a mesma frequência que o dono do blog....
Dá voadora com a bunda...
QUE BLOG BOSTA!!